Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
I Carta de São Paulo aos Coríntios 13, 1
Um sacerdote da Companhia, já bem entrado em anos, alertou-me que todos os problemas na manutenção da castidade provém de um mau trabalho na virtude da caridade, e conseqüêntemente, na ordenação da afetividade. Fiquei matutando e finalmente consegui compreender todo o sentido desta passagem de São Paulo, excessivamente vulgarizada e descontextualizada por uma música popular.
De fato, o que são as demais virtudes cristãs senão “filhas” das três principais, fé, esperança e caridade? Os vícios não são análogos? Não é a luxúria manifesta a filha do orgulho oculto? Portanto não é a pureza a fumaça da caridade ardente, que corretamente ordena a afetividade humana? Amar a Deus sobre todas as coisas, ao próximo como a ti mesmo, assim Nosso Senhor resumiu os mandamentos. E neste resumo está contido o não pecarás contra a castidade.
Parece ser uma lição simples, mas a vida espiritual é sempre o re-aprendizado de coisas simples.
Diz a ICEU:
Bom que a castidade seja uma opção vivêncial. O ser humano possui, por formação educacional, a capacidade de melhor orientar-se para que possa resistir ao jovial processo de exigência físico-sexual; a cultura para que se estimule uma adolescência ou uma vida casta, não deve ser uma imposição da violência contra a natureza humana, mas uma orientação para que se realize uma consciente opção por preservar-se ante o comum desgaste moral. Sexo, naturalmente, é vida! Deus nos fez para que pudessemos nos multiplicar mediante e principalmente pela atividade sexual…Orientar e educar para que se opte por uma vida casta ou para que se pratique a sexualidade saudável é dever da família, da igreja e do estado.