A mídia e o silêncio constrangedor de tantas palavras

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A princípio o leitor poderia interrogar-me dizendo que o texto parece paradoxal, entretanto não é uma afirmação falsa. Essa é a plena e triste realidade que circunda os meios de comunicação, sobretudo os que deveriam ser reflexo de uma clarividência mundial e desenrolarem a dramática situação de muitos povos.

“Se alguém quer seguirMerenuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me” (Mt 16,24).

Seguir a Jesus Cristo desde os primórdios tornou-se algo exigente e que requer uma grande disponibilidade de coração. Hoje, não menos que ontem, nosso coração conturba-se com as dificuldades para a vivência da fé em vários países do mundo, sobretudo no Médio Oriente. Temos visto o número de cristãos que por não negarem a sua fé e não cederem às pressões inimigas, são julgados, torturados e até mortos.

Recentemente fomos acometidos pela triste notícia que cristãos haviam sido crucificados por terroristas sírios. O que acontece é que os muçulmanos extremistas do grupo jihadista são cruéis perseguidores e leais imagens do Inimigo primeiro de Deus, precipitado do alto dos céus, num mundo tomado pela tribulação daqueles que sequer podem viver sua fé. Vislumbra-se o cenário da Igreja primitiva, da perseguição dos judeus, de Nero e dos demais imperadores romanos. O Demônio, feliz com tudo isso, conta e canta as suas aparentes vitórias, sem saber que novamente será essa peste infernal esmagada pela Cruz de Cristo.

Em Maalula, na Síria, dois jovens cristãos foram crucificados por terem rejeitado a shahada, isto é, a profissão de fé mulçumana. Esta denuncia foi feita por uma freira à Rádio Vaticano na Sexta-feira Santa. Além deste ato ela denunciou que os mesmos jihadistas “pegaram as cabeças das vítimas e jogaram futebol com elas”, e levaram “os bebês das mulheres e os penduraram em árvores com os seus cordões umbilicais” (com informações da Rádio Vaticano).

Revolta-me tal notícia. Quanta mediocridade e interpretação egoísta e irracional da fé! Mas não é de hoje que esta raiz floresce. Desde a época do Maomé, que afirmou: “Mostra-me também o que trouxe de novo Maomé, e encontrarás apenas coisas más e desumanas tais como a sua norma de propagar, através da espada, a fé que pregava” (Controvérsia VII 2c: Khoury, pp. 142-143; Förstel, vol. I, VII Dialog 1.5, pp. 240-241).

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Com esta afirmação nós poderíamos considerar obsoleta a ideia de uma liberdade religiosa para os muçulmanos. Maomé certamente por meio deste ensinamento de uma conversão forçosa e que culminaria nas tragédias revoltosas àqueles que não aderissem a tal mentalidade, tende a querer impor o islamismo como forma única de travar uma realidade com o divino.

Contudo, ainda que nos revoltem essas atitudes, chama-nos atenção o silêncio conturbador que a mídia faz com relação a crimes tão nefastos e que na maioria das vezes são negados ou incompreendidos aos olhos de muitos, sendo até mesmo desconhecido por grande parte do povo que fica subjugado ao mercado da manipulação de informações e do interesse econômico ou político que isso viria causar.

Essa atitude revestida por uma covardia e um interesse tanto medíocre como a atitude dos muçulmanos propositalmente, assim cremos, oculta a verdade da perseguição cristã que não menos que outrora tornou-se uma forma de forçar uma conversão ou conter o crescimento da fé, já como afirmei, propagado pelos filhos das trevas.

Poderíamos indagar-nos o que leva a mídia a silenciar-se de forma tão grotesca com tais gestos que saltam aos olhos da humanidade, não somente como uma ferida aos direitos humanos mas como uma ferida ao Coração do próprio Cristo? Lembro-me das palavras do Senhor a Saulo: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9, 4). Perseguindo a Igreja perseguia também a Cristo, porque Cristo e a Sua Esposa são uma só coisa. Ele é a Cabeça, nós os membros. Contudo, quem não se interessa pelos direitos do homem, pela base da sua dignidade, pela direito a vida, tampouco irá mover-se para defender a sua fé e a sua liberdade de crer.

Os muçulmanos não entendem que não basta crer, mas é preciso saber crer. Os cristãos o entendem, e para que o cristianismo seja vivenciado na sua totalidade é necessário assumi-lo de forma destemida e concreta, mesmo que isso leve ao derramamento de sangue.

A omissão da ONU e de demais países, bem como a supressão deste assunto pela mídia, é mais uma vez prova de que esses valores apregoados ao vento são um misto de interesse e poder, descaracterizando a essencialidade da fé e da vida. Não se viu um veículo de televisão (que não fosse cristão, ao menos não eu!) denunciar o acontecido, mas vê-se a torto e a direito promoverem campanhas fúteis, propagarem a mentalidade de “direitos” gays, divórcio, aborto, pensamentos comunistas, ideologias contrárias à fé.

Fala-se muito, mas não se fala nada. Os casos são diversos, mas não difundidos. Recordamos as palavras do Servo de Deus Papa Pio XII, que na Encíclica Miranda Prorsus, procurou evidenciar que estes meios não devem ser caracterizados pela difusão do mal, mas estar a disposição do bem: “Servir a verdade significa não só apartar-se da falsidade e do engano, mas evitar também aquelas atitudes tendenciosas e parciais que poderiam favorecer no público conceitos errôneos da vida e do comportamento humano” (8 de setembro de 1957).