No evangelho deste domingo, Jesus conta-nos uma parábola que se insere em uma grande analogia muito atrativa conosco e em nossos dias. A conhecida parábola do filho pródigo, tende a falar-nos, também a nós hoje, que Deus é um Pai misericordioso e sempre disposto a acolher os seus filhos arrependidos.
Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade.
Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam” (vv. 11-16).
Se a conduta deste jovem nos desagrada, aquilo que nos causa horror é a sua partida: no nosso caso, não nos afastemos nunca de um pai destes! A simples visão do pai faz fugir os pecados, expulsa o erro, exclui qualquer má conduta e qualquer tentação. Mas, no caso de termos partido, de termos esbanjado toda a herança do pai numa vida desregrada, de nos ter acontecido cometer qualquer erro ou má acção, de termos caído no abismo da blasfémia, levantemo-nos e regressemos para junto de um pai tão bom, convidados por exemplo tão belo.
«O pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos.» Pergunto-vos: haverá lugar para o desespero? Haverá pretexto para desculpas? Falsas razões para receios? A menos que se receie o encontro com o pai, que se receiem os seus beijos e os seus abraços; a menos que se julgue que o pai quer tomar para recuperar, em lugar de receber para perdoar, quando pega no filho pela mão, o toma nos abraços e o aperta contra o coração. Mas este pensamento, que esmaga a vida, que se opõe à nossa salvação, é amplamente vencido, amplamente aniquilado pelo seguinte: «O pai disse aos seus servos: «Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha; dai-lhe um anel para o dedo e sandálias para os pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado.»» Após termos ouvido isto, poderemos ainda demorar-nos? Que esperamos para regressar para junto do pai?