Aproximando-se do dia das eleições não poderia deixar de dirigir uma mensagem aos leitores deste blog, mas, sobretudo aos cristãos de boa vontade que se dirigirão no próximo domingo às urnas.
Há um tempo disse aqui sobre aquilo que poderíamos definir como “Revolução dos 20 centavos”. Todos lembram, não é?! Não faz muito tempo… ano passado. Período este em que a população brasileira ia em massa às ruas para gritar contra o governo e contra o Partido que nos governava e ainda governa – quero crer que não por muito tempo! Estes que gritavam contra o governo são os que hoje pretendem dar o seu voto ao mesmo, parecendo-me assim não somente paradoxal como também incoerente.
“Não são só 20 centavos”, escreviam em cartazes e gritavam descomedidamente nas ruas. Enfrentavam a polícia, vandalizavam o patrimônio público e insistiam em repetir: “Não são só 20 centavos”; “O gigante acordou!”… e outras frases taxativamente revolucionárias.
Mas agora vem-me à mente uma pergunta: Pelo que, de fato, era? Não era por 20 centavos, segundo eles. Poderia até não ser por uma quantia tão ínfima, mas pela liberdade, pelo desejo de lutar pelo bem comum e pelo não contentamento com a situação econômica, política e social, também afirmaram na época. Entretanto, quando olhamos o quadro político atual percebemos o que mais se deixa transparecer: não era tanto por descontentamento, mas era, de fato, por 20 míseros centavos.
Sim, se fosse causa de um descontentamento ousaria perguntar agora: Onde estão agora as vozes que gritavam, protestavam, reclamavam direitos? Onde estão os que vandalizavam o patrimônio público em nome dos seus direitos? Agora todos se tornaram capachos do governo? Agora todos resolveram manifestar-se a favor dos mesmos pelos quais protestavam? São meramente vândalos baderneiros que se aviltaram em depredar o bem comum em causa nenhuma?
O gigante, meus caros, pode ter acordado, mas acomodou-se! Acomodou-se com projetos, propostas e números mentirosos. Acomodou-se com aqueles políticos que se reúnem para avaliar o que não fizeram e para planejar o que não vão fazer.
Não tem direito de reclamar! Não tem moral para reclamar aqueles que vendo o Brasil neste estado precário e miserável, anulam-se dizendo não haver saída ou tornam-se coerentes com aqueles que demonstraram que não tem capacidade nenhuma de governar.
Sejamos mais espertos e inteligentes! Não é só por 20 centavos, é pela liberdade que não tem preço; é porque não queremos ser um país sem liberdade de expressão, privado da liberdade de crer em Deus por sermos regimentados por um governo ateísta. O Comunismo apropria-se da liberdade, forja uma falsa ideia da mesma e faz acreditarmos que estamos nos átrios de uma democracia. Muito cuidado com aquele que semeia a divisão e o engano (diabolus).
A liberdade tem um único valor e no-la vemos escrita na Carta de São Paulo: “Ora, o Senhor é Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (II Cor 3,17). A verdadeira liberdade é aquela que procede de Cristo e do Espírito Santo. Um País fundamentado em suas próprias convicções e que se abstém de pensar em Deus, está destinado ao fracasso. Também o Brasil vai fracassar – e já o evidenciou bem! – se esquecer de que sua força é exaurida de Deus.
Apelo por isso à consciência dos brasileiros: Nossa fé acaso não vale mais que um voto? Se pudermos mudar a realidade tão catastrófica que aí está, por que não fazê-lo? Todos conhecem o cenário pelo qual somos circundados. Existe, sim, o direito de ser respeitado no caminho da busca da verdade, mas esse direito leva consigo uma obrigação moral de aderir à verdade conhecida e de fazer valer os protestos que não podem suscitar apenas uma ânsia de euforia, mas que precisam ser uma via de mudança. O Beato Cardeal Newman disse: “A consciência tem direitos, porque tem deveres”. Reclamemos os direitos, mas primariamente, cumpramos os deveres. Votemos pela liberdade, pela fé e pela família. Votemos conscientes e digamos não à ditadura esquerdista e manipuladora, que ultraja a nossa fé e nos ataca como lobos vorazes.