O mundo tem fome de Deus

O nosso mundo, não obstante transcorridos dois milênios de anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo, ainda tem fome de Deus. Esta fome é maior do que a fome material, pois esta só Jesus Cristo poderá saciá-la.  E neste domingo as leituras vêm expressarem precisamente isso: todos têm direito à Palavra de Jesus Cristo.

Na primeira leitura o profeta, falando aos exilados de seu tempo que estavam sem esperança e sem fé, recorda as palavras do Senhor, convite sempre ressoante e vivo, que dirige-se a todos os povos: “Vinde às águas; vós que não tendes dinheiro, apressai-vos, vinde e comei, vinde comprar sem dinheiro” (Is 55, 1). Este convite tão sedutor é uma ação de complacência da parte de Deus para nós pecadores. Numa sociedade predominantemente capitalista, onde quem tem não se contenta com o que tem, mas sempre quer mais, e quem não tem quer ter mas está impedido pela ganância dos mais ricos, este convite deveria arrastar multidões, sobretudo os que, de forma sedenta, buscam um lugar para saciar-se.  A todos, ricos ou pobres, o Senhor dirige-se com proeminente benevolência: “Por que gastar dinheiro com outra coisa que não o pão, desperdiçar o salário senão com a satisfação completa? Ouvi-me com atenção” (v. 2). O mundo é autossuficiente, prepotente e acha que pode progredir e sustentar-se sozinho; crê que fechando os olhos à fé, a ciência poderá dar-lhe todo o progresso necessário, e isto já bastar-lhes-ia. No entanto é bem sabido o caráter ambivalente que ela possui, pois, se por um lado é verdade que a ciência trouxe importantes e cruciais avanços para o melhor bem estar dos povos (e a Igreja não se opõe a isso), por outro é verdade também que ela trouxe consigo, em certos âmbitos, aspectos consideráveis de ignorância e de mediocridade ateístas, fazendo-se valer da fé, em certos momentos, para depois ignorá-la, ou mesmo esquecendo que toda a sua formação e constituição fora iniciada na Igreja por monges ou padres, por Bispos e até mesmo por Papas. Desta forma, ignorando suas raízes e com um execrável ódio pela Igreja, ela quer sobrepor-se mesmo sobre a fé, que pode explicar aquilo que ela, em sua capacidade limitada de inteligibilidade, não o pode. Desta forma, a ciência e fé como “irmãs” devem caminhar juntas, de maneira que venham constituir as “duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade” (João Paulo II, Carta Encíclica Fides et Ratio).

Na segunda leitura o apóstolo irá reconfortar-nos sobre a nossa unidade ao amor de Cristo. É preciso estarmos sob a intrínseca proteção deste amor que nos conforta em todas as dificuldades. Só quem se põe sob o auxilio de Cristo conhece o verdadeiro amor; só quem reconhece em Cristo o Amor pode transmiti-lo a outros.  Como nos é sabido, Paulo fora perseguidor ferrenho da Igreja primitiva, não obstante o Senhor o chama a segui-lo, a testemunhar com sua vida o Evangelho e, por conseguinte, a sofrer o martírio por aquilo, ou melhor, por Aquele que anunciara.

Quis nos separabit a caritate Christi? – Quem nos separará do amor de Cristo” (Rm 8, 35). Quem poderia, Paulo, separar-vos do Amor de Cristo se fora Ele mesmo que te uniu a Ele. Assim, com tão excelso vínculo, nem mesmo as enumeradas situações descritas poderiam fazê-lo, pois não teriam força nenhum perante um vínculo tão estreito e tão gracioso: “Tribulatio an angustia an persecutio an fames an nuditas an periculum an gladius… Neque mors neque vita neque angeli neque principatus neque instantia neque futura neque virtutes neque altitudo neque profundum neque alia quaelibet criatura – Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada… Nem a vida, nem os anjos, nem os poderes celestiais, nem o presente, nem o futuro, nem as forças cósmicas, nem a altura, nem a profundeza, nem outra criatura qualquer” (Idem 35. 38-39). Nada, nada separar-nos-á deste amor. Sabemos que a Carta aos Romanos é sim de autenticidade paulina, e disto nenhum biblista duvida. Porém encontramos uma coincidência notória neste trecho. Paulo dirige-se aos romanos e afirma que nem mesmo a espada poderia separar-nos do amor de Cristo, e sabemos que Paulo, tendo sido degolado, o fora em Roma, onde a poucos anos dirigiu-se aos seus habitantes.

E aqui chegamos a centralidade desta segunda leitura: O que é precisamente o Amor de Cristo? Como ele se manifesta? O Cristianismo é a religião do Amor Encarnado, que expressa-se sobretudo pelo sacrifício cruento de Cristo, que de livre vontade doa a sua vida pela salvação do mundo. Assim, com este gesto, o amor encontra sua expressão máxima na pessoa de Jesus e nos indica claramente que, além de doação gratuita, o amor é também levar ao cumprimento o projeto salvífico de Deus vivenciado na radicalidade do Evangelho. O amor de Cristo não subtrai-se mediante as provações e perseguições, mas revigora-se e permeia os mais duros corações, além de ser sustentado pela constante certeza da ressurreição.

Um segundo aspecto deste amor, pelo que não irei alongar-me para que possamos chegar de imediato ao Evangelho, é o amor ao próximo prescrito entre o novo mandamento deixado por Jesus: “Ut diligatis invicem, sicut dilexi vos – Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 15,12). Para alguns o amor em Platão era alheio a interesses ou gozos, era uma virtude. Na verdade, porém, olhando a fundo o pensamento de Platão, vemos que ele concebia o amor como faltoso, ou seja, não pode completar-se, mas busca no amado a Ideia que não possui em si. Destas duas formas podemos conceber o amor cristão. A primeira é a forma do amor ao próximo, que deve ser gratuito, como Cristo ensinara: Amar sem interesse, amar por amar; amar por que Ele, Amor verdadeiro, amou. A segunda é o amor a Deus: O ser humano em sua condição limitada é um ser faltoso. Não é um ser plenamente “autônomo”, mas depende de Deus, que lhe dá vida, que o sustenta e o criou. Quem busca a plenitude da felicidade e uma realização total com os seres limitados e finitos e esquece-se de correr a Deus nunca poderá sentir-se plenamente realizado, pois só Deus realiza plenamente o homem.

Na sua primeira Encíclica Deus Caritas est, o Santo Padre Bento XVI, de feliz reinado, evidencia isso ao afirmar: “O amor ao próximo é uma estrada para encontrar também a Deus, e que o fechar os olhos diante do próximo torna-os cegos diante de Deus” (n. 16).

No Santo Evangelho somos hoje convidados a meditar sobre a multiplicação dos pães. A intenção de Jesus era estar só, por isso retira-se a um lugar deserto e afastado, porém o povo o segue, mas segue para ouvi-lo sem saber o que depois haveria de suceder-se. O alimento que buscavam não era alimento material, queriam alimentar-se espiritualmente, estavam sedentos de respostas. Recordemo-nos que no famoso discurso do Pão da Vida se dirigem até Jesus pessoas interessadas apenas no pão material que viram do milagre da multiplicação feito.

Agora Nosso Senhor toma a iniciativa e faz o milagre, pois o povo não fora na intenção de comer, mas de escutar as palavras de vida eterna. Jesus então, vendo o quanto a multidão, que só homens eram cinco mil, sem contar mulheres e crianças, estavam fatigados por tantas horas expostos ao sol para escutá-lo, Jesus realiza então o gesto de multiplicação. Se antes procuraram a Jesus para que lhes desse pão de graça e Ele não no-lo deu, agora Ele concede pão aos que foram ouvi-lo, mas o concede porque antes de tudo foram em busca do Reino de Deus, e o resto viera em acréscimo (cf Mt 6,33). Aqui dois esclarecimentos viriam a ajudar-nos. Primeiro: Por que o evangelista só cita o número de homens, mas não o de mulheres e crianças? Porque somente os homens eram os reais seguidores da Lei. Mulheres e crianças eram deixados à margem desta aprendizagem.  A segunda observação é: O milagre de Jesus é já uma prefiguração de sua doação na Eucaristia, não uma mera apologia a partilha, mas é um milagre, manifestação da divindade de Jesus, para que todos reconhecem nele a imagem por excelência de Deus.

Por fim, peçamos a Maria Santíssima que interceda por nós e que sejamos sempre mais fortalecidos para corremos ás fontes e saciar-nos do Deus que é pão da vida.

Teologia da Libertação X Libertação da Teologia

A Teologia da Libertação, entre os pensamentos propagados, fala do pobre como “veículo de salvação”, isto é, a salvação vem pelos pobres. Sabemos que a Igreja durante o decorrer dos milênios sempre esteve ao lado dos mais desfavorecidos, em consonância com o que narra o próprio evangelista, ao retratar que os cristãos “vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um” (At 2, 45). Justiça seja feita, esta narração não pode ser levada somente pelo sentido espiritual da fraternidade; deseja também mostrar a atitude de caridade e de partilha que os primeiros cristãos tinham para com o próximo, sobretudo os que estavam à margem da sociedade, atitude que está em falta em nossos dias, nos quais o consumismo, o capitalismo e o imediatismo assumiram posições relevantes, quando, na verdade, deveriam estar a caridade, o amor e a fraternidade. Apesar disso, a Teologia da Libertação não pratica uma atividade semelhante à dos cristãos da Igreja primitiva, pois não apenas restringe a salvação aos pobres, como também deseja uma Igreja que nasça do meio do povo, nega o Jesus da “fé” e apega-se a um Jesus “histórico”.

É irracional, e chega a ser inimaginável, desejar que esta Igreja nasça do povo. É óbvio que na Igreja deve estar o povo, até porque o povo é parte necessária para que se concretize o projeto salvífico de Jesus Cristo em levar o Evangelho ao mundo todo; mas não está ela firmada no povo, e nem poderia. O Senhor comprou a Igreja “com seu sangue” (At 20, 28) e não com o “suor” do povo. Se ela estivesse firmada no povo já teria perecido a muito tempo. Só o fato de manter-se firme em todos os tempos, apesar dos erros de alguns dos seus filhos, já é uma prova concreta de que sua sustentação está em Jesus Cristo, nos Apóstolos, nos mártires, no Magistério, na Tradição, recebidas na Sucessão Apostólica.

Aliás, cabe aqui dizer essa teologia libertadora usa-se dos pobres para poder esconder as suas múltiplas facetas comunistas. E, por estar infiltrada na Igreja, sabendo que a Igreja abomina o comunismo, não podendo mostrar-se prevalecidamente, utiliza-se de “máscaras” para poder agir às escondidas.

A Teologia da Libertação também não percebe que outro erro é que, o que ela ensina, está em total contradição com o nome. Libertar é a mesma coisa que tornar livre, ou seja, algo que não está restrito. Retendo a salvação aos pobres não estaria ela quebrando este sentido de “libertação”, uma falsa libertação, é óbvio, mas uma libertação em que ela se apoia? Jesus Cristo é para todos, não é propriedade exclusiva para os pobres ou para os ricos, para os ocidentais ou orientais, mas é de todos. “Eu vim para que todos tenham vida, e tenham-na em abundância” (Jo 10, 10).

São Paulo também dirá de forma clara: “Verbum Dei non est ligatum – A Palavra de Deus não está amarrada” (2 Tm 2, 10). Sendo servo de todos, Cristo mostra que o serviço é algo que deve estar radicado na vida de todo cristão, de todos aqueles que desejam segui-lo e que desejam abraçar a cruz para morrer e ressuscitar com Ele.

Acho que falta, hoje, a consciência, em muitos teólogos, não obstante os muitos que já o fazem, de uma libertação da teologia que venha combater a Teologia da Libertação. A Teologia não nasceu para estar presa a “amarras” criadas por ideologias daqueles que não pensam em conformidade com os ensinamentos da Igreja. Também não deve estar presa a nenhum pensamento individualista de teólogos que acham-se autossuficientes para dar um “novo” rumo às explicações. “A Igreja – deixou bem claro o Beato João Paulo II – não é uma instituição democrática”.

Sabemos muito bem que o povo não está atrás de novidades criadas pelas mais diversas cabeças que pensam por si só. O povo ama a Tradição! O povo ama a unidade com o Papa, e eles precisam sentir isso. O acima citado Papa se diria aos sacerdotes desta forma: “Vocês são padres, não líderes políticos ou sociais. Não vamos ter a ilusão de que estamos servindo ao Evangelho por causa de um interesse exagerado no amplo campo de problemas terrenos”. Teologia feita sem a sombra da Igreja passa a ser uma arma de destruição. Quem não pensa com a Igreja, sozinho fará besteira. Feliz é Santo Agostinho que reconhecia o grande e necessário valor da unidade, por isso chegou a exclamar: “Prefiro errar com a Igreja do que acertar sem ela”. Para os que querem contribuir com a teologia recomendo que perseverem na comunhão com a Igreja e com o Papa, que é um exemplo de verdadeiro teólogo. Ajudem a propagar os ensinamentos da Igreja; esses sim são ensinamentos de salvação, de amor, de verdade, pois foram deixados pelo próprio Cristo.

A missão da Igreja é anunciar o Evangelho de salvação e não tomar partido em brigas políticas. E, se vocês me disserem: a Igreja precisa tomar parte para a construção de uma sociedade justa, igualitária e que seja de todos, e isso só será possível se ela puser a “mão na massa”. Eu, porém, rebato esta afirmação: Não existem outras possibilidades para que a Igreja lute por uma sociedade mais justa? A primeira delas é o Evangelho: anunciando os mandamentos de Jesus Cristo. Mas estes nem todos desejam anunciar, e aqueles que anunciam, muitas vezes não vivem. Se antes de procurarmos a intelectualidade procurarmos a oração e testemunho certamente pensamentos teológicos serão muito mais frutíferos e serão verdadeiras armas de transformação. Quem reza para entender será sempre feliz em suas colocações. Afinal, o teólogo precisa, antes de tudo, estar inserido nesta “escola de oração”.

Quanto aos fiéis, tenham sempre presente a afirmação de São Paulo ao jovem Bispo Timóteo: “Se alguém transmite uma doutrina diferente e não se atém às palavras salutares de nosso Senhor Jesus Cristo e ao ensino segundo a piedade, é um orgulhoso, um ignorante, alguém doentiamente preocupado com questões fúteis e contendas de palavras” (2 Tm 6, 3-4).

A decadência dos valores em nossos dias

Estando em férias tomei conhecimento da absurdidade cometida por grupos homossexuais, do LGBT, na Parada Gay, na semana passada em São Paulo. Tudo isso para mim não passa de um reflexo que a muito já era premeditado na sociedade, uma realidade que logo apareceria com mais veemência e ganharia mais força. E sabemos que ela ganhou muita força, sobretudo em meio a muitos políticos que, na teoria, defendem os direitos dos cidadãos, mas na prática não passam de interesseiros e ávidos para defenderem seus próprios interesses e lucrarem o suficiente para morrerem “montados na grana”.

Mas realmente chocou-me a cena apresentada pelo Fantástico. Um verdadeiro absurdo! Chega a ser indescritível a falta de respeito com que os homossexuais, que tanto lutam por respeito e dignidade, atacaram a Igreja e os santos. Não deveriam eles reconhecer que a Igreja é a instituição que mais os ama? A Igreja não os vê como outros grupos os veem. Os outros só os veem como animais que devem agir por instinto, desejosos por terem relações sexuais. A Igreja, porém, os vê como filhos de Deus, não como objetos ou seres irracionais, que se atiram em um precipício vitimados pela incoerência e pelo desejo. E sabemos que onde os desejos falam mais alto a racionalidade cai ao extremo.

O tema escolhido para nortear este ato de extrema intolerância é o mesmo tema que o Senhor usa para falar do amor sincero e gratuito que devemos ter pelo próximo. Um amor que vai além de uma aparência corporal que logo cairá em putrefação. “Amai-vos uns aos outros” (Jo 15,12). Frase esta que Jesus dissera na ultima Ceia. Mas a frase não termina aí: “Como eu vos amei” (Idem). Esta é a segunda parte que eles ocultaram para deturpar a frase do Senhor e para justificar estas atitudes inexplicáveis. Ora, o amor de Cristo não é intolerante e não desrespeita, não ofende, não é mentiroso e é doado ao extremo. A Igreja sabe disso e transmite ao mundo este amor, mas, assim como outrora fora Jesus, também ela é crucificada por isso.

A perda de valores, como bem sugeriu o título, está causando um desgaste na sociedade. Ser homossexual virou “moda” e isso é totalmente inaceitável. O corpo não é uma roupa que se troca todos os dias, e também não é moda que progride com o tempo (se bem que hoje, falando-se de moda, não há progressão alguma, parece-me que cada dia mais está a deteriorar-se), São Paulo disse: “O corpo não é para a imoralidade” (I Cor 6,13).

Sabemos que há pessoas que nascem com esta tendência, e a Igreja, sabendo disso, os convida a viverem a castidade como via para chegarem à meta de todos os cristãos: contemplar a face de Deus. Mas infelizmente muitos não vivem esta proposta e procuram esconder-se, até mesmo na Igreja. Quantos padres homossexuais não estão a sujar o nome da Igreja, a desfigura-la e a ferir muitas famílias com essas atitudes incabíveis a um sacerdote e a qualquer outro cidadão de bem?

Sacerdócio e homossexualismo não podem caminhar juntos, não podem dar-se as mãos. Não se deve usar das Sagradas Ordens para esconder a sexualidade que é subjetiva. Antes se aceitavam pessoas com tendência homossexual, mas que não viviam o homossexualismo, hoje o nosso Santo Padre Bento XVI, de feliz reinado, sapientemente decidiu que nem mesmo as pessoas com tendência deveriam ser aceitas, uma vez que, no futuro, poderão vir a causar um eventual desgosto a Igreja, como, por exemplo, um problema de pedofilia. E sei que em muitos lugares esta lei não é cumprida. Romperam o vínculo com o Pastor instituído por Cristo. Alguns Bispos no Brasil, e talvez do mundo, têm “fome” para ordenar sacerdotes e ordenam a qualquer um que vier. Muitas vezes é alguém que tem um distúrbio sexual, ou quer servir a Igreja apenas para ter uma vida estável economicamente. Celebrar Missa e administrar os sacramentos é missão que deve ser assumida com amor, hoje vejo que estamos tendendo a fazer de algo tão importante uma atividade profissional, por falta, sobretudo, de um demasiado cuidado que os Bispos deveriam ter na formação dos futuros sacerdotes.

Mas é bom que os Bispos e os Padres não se esqueçam de que a missão deles é colaborar com o Santo Padre e não criarem “modismos” e “leis” que venham a ser contrárias ao que uma vez foi dito pelo Soberano Pontífice. A Igreja não é lugar para fazermos o que queremos, senão para agirmos na unidade. Quem não quer viver na unidade não é obrigado a permanecer na Igreja.

Sei que em minhas condições de um simples seminarista vocês podem perguntar-se: Como ele pode dizer isso? Será que não tem medo de ser expulso do Seminário? Com ordem de quem ele fala assim?  Tenham certeza de que pensei muitas e muitas vezes antes de afirmar tais coisas, mas não posso calar-me diante do que vejo, pois “não se opor a algum erro, é o mesmo que aprová-lo. Não defender a verdade é o mesmo que suprimi-la” (São Félix III, Papa). Enquanto há louváveis sacerdotes e bispos que prezam pela liturgia, pela unidade com o Papa, por zelarem por suas ovelhas; há outros que por nada prezam, muito menos pela unidade e pelo zelo litúrgico. Tem medo de falar a verdade para não ferir alguém, mas preferem conviver com a mentira que pode fazer perder uma alma.

Quando algum sacerdote manifesta-se em favor do Papa, de seus pensamentos, de sua belíssima ação, é chamado de retrógrado, ultrapassado, que não preza pela unidade porque apoia um Papa que só causa desunião. Vejo que estes que assim atacam os verdadeiros defensores da Igreja são pessoas sem nenhum exemplo de vida, que, por verem-se ameaçadas em seu comodismo preferem atacar aos fieis. Ora, se não estão contentes com as ações do Papa e com o seu modo de pensar, se for para atacar a Igreja, então é melhor que saiam dela, pois pior que um lobo em pele de cordeiro que vem atacar a Igreja, é um lobo em pele de pastor que vem arruiná-la por dentro.

Não dá para calar-me diante do erro! E se o que aqui disse incomoda então tenho certeza de que digo a coisa certa, pois a palavra de Deus é para incomodar-nos e não para acomodar-nos.

Mas a perda de valores vai além e é estimulada sobretudo pelos meios de comunicação. Vemos emissoras que em suas novelas exibem beijos homossexuais, como se já não bastasse em todas as novelas terem um casal gay, relações incestuosas, promiscuidade na juventude, incentivo ao aborto e tantas outras imoralidades. Por que não colocam os jovens que vivem a santidade, que lutam contra o pecado, que acorrem a Igreja, nas tribulações e encontram consolo, cristãos que lutam para seguirem o exemplo de Cristo e dos santos? Tudo isso para terem audiência, sem saber que a primeira audiência que ganham é a do demônio, que age por trás de todas essas coisas.

Estou cansado e desgostoso de ver essas perdas de valores nos vários âmbitos da sociedade. Não podemos desistir de lutar. Conclamemos a todos os cristãos para que levem ao mundo a verdade, sem temerem as perseguições e adversidades; que estejam em união com a Igreja e seus pastores, primeiramente com o Papa e o Colégio Apostólico e que confiem unicamente naquele que pode nos sustentar: Jesus Cristo. Que Maria santíssima, nosso pai são Bento, São Miguel Arcanjo e todos os santos venham em nosso auxílio e intercedam por nós.