Globo e Babilônia: sinônimos da libertinagem, ou: O dia em que Noé pôs os animais na arca

Liberdade e libertinagem possuem conceitos bem distintos entre si. As duas possuem o mesmo radical, mas sufixos diferentes, o que dá uma conotação bem diversa às duas. O radical liber é traduzido como livre, mas o sufixo atis é o mesmo que atos. Já a libertinagem é oriunda da língua francesa. Enquanto a primeira traduz-se como livre ato, a segunda apresenta-se como devassidão, e foi esta última que a Globo apresentou uma vez mais em sua novela.

A começar pelo título já não muito atrativo e pesado: Babilônia. Mas não é isso mesmo que estamos presenciando? Talvez agora eu devesse indagar os irmãos de outras religiões que afirmam que a Igreja Católica é a Babilônia do Apocalipse: o que poderíamos falar da Rede Globo? Ela sim mais parece a Babilônia, uma vez que deprecia os autênticos valores éticos e infiltram cenas como a que se viu ontem (16) entre a Fernanda Montenegro e a Nathália Timberg. Preferi não assistir, mas infelizmente nem sempre os “facebookianos” sabem filtrar conteúdo.

Para falar de uma novela com um título tão esdrúxulo, deveríamos pensar, antes de mais, no que foi a Babilônia. Acredito que todos saibam da sua história, mas não nos custa relembrar.

A Sagrada Escritura nos faz menção diversas vezes deste reino, sobretudo no livro de Daniel e Isaías. O reinado de Nabucodonosor apresentou-se como um tempo doloroso na história de Israel, de forma rígida e perversa o rei governava e ordenava que fossem adorados os seus deuses em lugar do Deus de Israel. Tempos difíceis do exílio no qual o povo de Israel permaneceu firme ao Senhor e por isso obtiveram libertação. Por longos anos prevaleceu a imoralidade e a idolatria no reino, até que Ciro II da Pérsia a destruiu, em 539 a.C. Jeremias, por último, relata sobre a queda de Babilônia: “Num momento caiu babilônia, e ficou arruinada; lamentai por ela, tomai bálsamo para a sua dor, porventura sarará. Queríamos curar babilônia, porém ela não sarou; deixai-a, e vamo-nos cada um para a sua terra; porque o seu juízo chegou até ao céu, e se elevou até às mais altas nuvens”. (Jr 51, 8-9).

Não muito diferente é o contexto atual. Vemos que no mundo ergue-se uma nova Babilônia: da imoralidade, do poder, da corrupção, das idolatrias, da libertinagem. Insisto em falar sobre liberdade e libertinagem porque as duas, embora tenham radicais parecidos, são destoantes em definições. A verdadeira liberdade não é propagada com a demagogia da libertinagem, mas vê-se como uma consciência do homem diante das responsabilidades que deve assumir como criatura de Deus. O Concílio Vaticano II ao aludir a uma autêntica prática do bem, afirmou: “Só na liberdade é que o homem se pode converter ao bem” (Gaudium et Spes, 17).

A liberdade também não é “licença” para que o homem aja como bem entender, mesmo para o mal, contanto que lhe agrade. Essa “sede” de liberdade é fomentada de forma errônea e prejudicial, não só ao espírito mas também à própria conjectura social e natural da humanidade. A liberdade é em primeiro lugar dom de Deus, um dom inestimável que nos fora concedido para a prática do bem e as escolhas de decisões coerentes. Ninguém é livre para optar pelo mal! O mal não é liberdade, mas é justamente a transgressão da mesma. Quem viola a lei natural e divina não age para a liberdade mas para a degradação e para a inferioridade do gênero humano. Como fonte de um estudo mais profundo sobre este conceito de liberdade, dentre tantas obras, indico a Veritatis Splendor, carta encíclica de São João Paulo II.

Pergunto-me: como a Rede de televisão já mencionada ousa transmitir a Santa Missa do Natal do Senhor, todos os anos, se o que o Papa e a Igreja ali dizem não lhes soa aos ouvidos, ao menos como palavra de conversão? Ao contrário, sempre mais viva é a presença das mentalidades espíritas e da degeneração da família.

Hipocrisia tem limites! Depravação não tem limite porque sequer pode ser tolerada – como vemos desde a Sagrada Escritura. Resta-nos uma conclusão óbvia: Família só existe uma: Aquela que Deus instituiu… E mesmo que o mundo queira, no fim sempre prevalecerá a vontade divina. Pessoas do mesmo gênero sexual não podem constituir um casal. Na Escritura, quando se relata a entrada dos animais na arca de Noé, Deus manda que ele colocasse um casal (macho e fêmea) para que fossem salvos do dilúvio. Não pediu duas fêmeas, nem dois machos. Como escrevi mais cedo no facebook: À homofobia dizem ser “crime”; mas a omissão da Verdade é PECADO. É a segunda que leva ao inferno, não a primeira.

Se o governo ou a militância LGBT achou o meu texto homofóbico então quem está privado de liberdade sou eu, que sequer posso expressar minha opinião, ou melhor, a opinião e Doutrina da Igreja.

Do “Templo de Salomão” à engenhosidade de Satanás

“Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a fazeis covil de salteadores” (Mt 21,13).

Jesus não hesita em taxar aqueles que comercializavam no templo como “salteadores, ladrões, vendilhões”. No dia 31 de julho foi inaugurado em São Paulo o “Templo de Salomão”, mantido e construído com recursos financeiros da “Igreja” Universal do Reino de Deus. Diversos são os aspectos que chamam a atenção com relação a esta engenhosidade, mas não gostaria apenas de me ater ao espaço físico do templo, com toda a sua grandeza, senão de fazer uma leitura evangélica e histórica com relação a este feito desnecessário.

Jesus fez duras advertências contra aqueles que pretendiam fazer do Templo um local de comércio. Infelizmente esta cena se repete ainda em nossos dias, sem qualquer pudor às palavras de Nosso Senhor, endereçadas contra estes que deturpam a fé cristã. O bem-aventurado Pedro apóstolo já advertira: “Assim como houve entre o povo falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos doutores que introduzirão disfarçadamente seitas perniciosas. Eles, renegando assim o Senhor que os resgatou, atrairão sobre si uma ruína repentina. Muitos os seguirão nas suas desordens e serão deste modo a causa de o caminho da verdade ser caluniado. Movidos por cobiça, eles vos hão de explorar por palavras cheias de astúcia. Há muito tempo a condenação os ameaça, e a sua ruína não dorme” (2Pe 2,1-3). 

Estas palavras, não obstante a distância que nos encontramos de quando foram cunhadas, perpassaram o tempo e a história, porque constituída como Palavra de Deus, não cessa de denunciar as heresias e tentativas de destruição da fé verdadeira. É sabido que o senhor Edir Macedo não é um homem que vive para Deus, e tampouco trabalha pelo Reino de Deus. Ele inclui-se entre aqueles que o bem-aventurado apóstolo Paulo denunciara à comunidade de Filipos, pessoas cujo deus é a barriga (cf. Fl 3,18). A única Igreja fundada por Cristo não possui “filiais” e nem trabalha com possibilidades. A fé é certeza (cf. Hb 11,1), e na Igreja de Cristo quem não tem certeza não tem fé verdadeira, pode até ter “opinião” – que de nada lhe valerá! – mas não possui convicção.

Mas este templo, denominado “Templo de Salomão”, não é apenas um sinal de um empreendimento grandioso e de potencial econômico do grupo Macedo. É também um preclaro sinal de confusão religiosa e de desnorteamento da fé cristã. O que é a Igreja Universal do Reino de Deus? Um grupo proselitista que usa o nome de Cristo para propagar a sua doutrina e aumentar consideravelmente sua potencialidade econômica? Ou um grupo de reminiscência judaica que “aderiu” ao cristianismo? Não saberia responder diante de tamanha mistura e confusão causada na cabeça dos fiéis. 

Antes de entrar num viés teológico aguçado, devo ainda fazer uma crítica ao arquiteto da obra. O Templo feito ali não é o de Salomão, mas o Segundo Templo dos Judeus. O primeiro templo, sabemo-lo, foi incendiado pelos babilônios no ano de 587 a.C. Contudo, findado o cativeiro em Babilônia, os judeus reconstruíram o Templo sobre o Monte Moriá, que posteriormente fora embelezado por Herodes, o Grande, com o intuito de agradar a César. Os judeus tomaram isso como uma profanação por parte do rei. Em 70 d.C. todo o edifício veio abaixo com a invasão e o saque de Jerusalém.

Agora, adentremos no aspecto teológico da questão: Qual o símbolo de um Templo de Salomão ou do Templo judeu para o Cristianismo? Embora seja profunda a ligação entre judeus e cristãos, e temo-los em todo respeito, como nossos “irmãos mais velhos”, segundo denominou São João Paulo II, contudo não podemos negar que o verdadeiro e novo Templo é o próprio Cristo, segundo Ele mesmo dissera: “Destruí esse Templo e em três dias eu o reerguerei” (Jo 2,19). Embora isso não descaracterize a necessidade das Igrejas, as mesmas devem associar os homens a Cristo não a Salomão, por Ele a redenção foi concedida. O Segundo Templo é de Deus, é a casa de Deus, o lugar por excelência da oração.

Diante de tantas misturas de ritos, do desrespeito ao Cristianismo, do desrespeito ao judaísmo, podemos nos perguntar: Há alguma seriedade nesse seguimento religioso? São essas doutrinas diabólicas (1 Tm 4,4) que traem a percepção de fé do povo. Se o povo erra em segui-las, vós errais ainda mais, que a estimulais e iludis os que sem instrução aderem a esta mentalidade. O Templo citado é, enfim, um desrespeito, uma obra sem fundamento e que não deve ser vista como vínculo nenhum a realidade cristã ou judaica.

Lembra-te, Macedo, do que o Salmo diz: “Se o Senhor não construir a nossa casa, em vão trabalharão seus construtores” (127,1). A verdadeira construção se fundamenta no Senhor. Ele solidifica as bases daqueles que sobre ele construírem. Não me venha a vossa pessoa dizer que preza por um templo material se o verdadeiro templo para ti não faz diferença: “Vós sois a construção de Deus” (1Cor 3,9). Como um templo majestático de Salomão valerá mais que o templo da vida humana, dom sagrado e inestimável, que você negligencia quando se propõe a apoiar a prática do aborto? 

Por fim, recordo-me do Evangelho de São Marcos, no capítulo 13, que serve de admoestação a este grupo que tenta atraiçoar a verdadeira fé: “E, saindo ele do templo, disse-lhe um dos seus discípulos: Mestre, olha que pedras, e que edifícios! E, respondendo Jesus, disse-lhe: Vês estes grandes edifícios? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído” (vv. 1-2). A mentira, por si, nunca se sustenta! No fim, prevalecerá a verdade!

A decadência dos valores em nossos dias

Estando em férias tomei conhecimento da absurdidade cometida por grupos homossexuais, do LGBT, na Parada Gay, na semana passada em São Paulo. Tudo isso para mim não passa de um reflexo que a muito já era premeditado na sociedade, uma realidade que logo apareceria com mais veemência e ganharia mais força. E sabemos que ela ganhou muita força, sobretudo em meio a muitos políticos que, na teoria, defendem os direitos dos cidadãos, mas na prática não passam de interesseiros e ávidos para defenderem seus próprios interesses e lucrarem o suficiente para morrerem “montados na grana”.

Mas realmente chocou-me a cena apresentada pelo Fantástico. Um verdadeiro absurdo! Chega a ser indescritível a falta de respeito com que os homossexuais, que tanto lutam por respeito e dignidade, atacaram a Igreja e os santos. Não deveriam eles reconhecer que a Igreja é a instituição que mais os ama? A Igreja não os vê como outros grupos os veem. Os outros só os veem como animais que devem agir por instinto, desejosos por terem relações sexuais. A Igreja, porém, os vê como filhos de Deus, não como objetos ou seres irracionais, que se atiram em um precipício vitimados pela incoerência e pelo desejo. E sabemos que onde os desejos falam mais alto a racionalidade cai ao extremo.

O tema escolhido para nortear este ato de extrema intolerância é o mesmo tema que o Senhor usa para falar do amor sincero e gratuito que devemos ter pelo próximo. Um amor que vai além de uma aparência corporal que logo cairá em putrefação. “Amai-vos uns aos outros” (Jo 15,12). Frase esta que Jesus dissera na ultima Ceia. Mas a frase não termina aí: “Como eu vos amei” (Idem). Esta é a segunda parte que eles ocultaram para deturpar a frase do Senhor e para justificar estas atitudes inexplicáveis. Ora, o amor de Cristo não é intolerante e não desrespeita, não ofende, não é mentiroso e é doado ao extremo. A Igreja sabe disso e transmite ao mundo este amor, mas, assim como outrora fora Jesus, também ela é crucificada por isso.

A perda de valores, como bem sugeriu o título, está causando um desgaste na sociedade. Ser homossexual virou “moda” e isso é totalmente inaceitável. O corpo não é uma roupa que se troca todos os dias, e também não é moda que progride com o tempo (se bem que hoje, falando-se de moda, não há progressão alguma, parece-me que cada dia mais está a deteriorar-se), São Paulo disse: “O corpo não é para a imoralidade” (I Cor 6,13).

Sabemos que há pessoas que nascem com esta tendência, e a Igreja, sabendo disso, os convida a viverem a castidade como via para chegarem à meta de todos os cristãos: contemplar a face de Deus. Mas infelizmente muitos não vivem esta proposta e procuram esconder-se, até mesmo na Igreja. Quantos padres homossexuais não estão a sujar o nome da Igreja, a desfigura-la e a ferir muitas famílias com essas atitudes incabíveis a um sacerdote e a qualquer outro cidadão de bem?

Sacerdócio e homossexualismo não podem caminhar juntos, não podem dar-se as mãos. Não se deve usar das Sagradas Ordens para esconder a sexualidade que é subjetiva. Antes se aceitavam pessoas com tendência homossexual, mas que não viviam o homossexualismo, hoje o nosso Santo Padre Bento XVI, de feliz reinado, sapientemente decidiu que nem mesmo as pessoas com tendência deveriam ser aceitas, uma vez que, no futuro, poderão vir a causar um eventual desgosto a Igreja, como, por exemplo, um problema de pedofilia. E sei que em muitos lugares esta lei não é cumprida. Romperam o vínculo com o Pastor instituído por Cristo. Alguns Bispos no Brasil, e talvez do mundo, têm “fome” para ordenar sacerdotes e ordenam a qualquer um que vier. Muitas vezes é alguém que tem um distúrbio sexual, ou quer servir a Igreja apenas para ter uma vida estável economicamente. Celebrar Missa e administrar os sacramentos é missão que deve ser assumida com amor, hoje vejo que estamos tendendo a fazer de algo tão importante uma atividade profissional, por falta, sobretudo, de um demasiado cuidado que os Bispos deveriam ter na formação dos futuros sacerdotes.

Mas é bom que os Bispos e os Padres não se esqueçam de que a missão deles é colaborar com o Santo Padre e não criarem “modismos” e “leis” que venham a ser contrárias ao que uma vez foi dito pelo Soberano Pontífice. A Igreja não é lugar para fazermos o que queremos, senão para agirmos na unidade. Quem não quer viver na unidade não é obrigado a permanecer na Igreja.

Sei que em minhas condições de um simples seminarista vocês podem perguntar-se: Como ele pode dizer isso? Será que não tem medo de ser expulso do Seminário? Com ordem de quem ele fala assim?  Tenham certeza de que pensei muitas e muitas vezes antes de afirmar tais coisas, mas não posso calar-me diante do que vejo, pois “não se opor a algum erro, é o mesmo que aprová-lo. Não defender a verdade é o mesmo que suprimi-la” (São Félix III, Papa). Enquanto há louváveis sacerdotes e bispos que prezam pela liturgia, pela unidade com o Papa, por zelarem por suas ovelhas; há outros que por nada prezam, muito menos pela unidade e pelo zelo litúrgico. Tem medo de falar a verdade para não ferir alguém, mas preferem conviver com a mentira que pode fazer perder uma alma.

Quando algum sacerdote manifesta-se em favor do Papa, de seus pensamentos, de sua belíssima ação, é chamado de retrógrado, ultrapassado, que não preza pela unidade porque apoia um Papa que só causa desunião. Vejo que estes que assim atacam os verdadeiros defensores da Igreja são pessoas sem nenhum exemplo de vida, que, por verem-se ameaçadas em seu comodismo preferem atacar aos fieis. Ora, se não estão contentes com as ações do Papa e com o seu modo de pensar, se for para atacar a Igreja, então é melhor que saiam dela, pois pior que um lobo em pele de cordeiro que vem atacar a Igreja, é um lobo em pele de pastor que vem arruiná-la por dentro.

Não dá para calar-me diante do erro! E se o que aqui disse incomoda então tenho certeza de que digo a coisa certa, pois a palavra de Deus é para incomodar-nos e não para acomodar-nos.

Mas a perda de valores vai além e é estimulada sobretudo pelos meios de comunicação. Vemos emissoras que em suas novelas exibem beijos homossexuais, como se já não bastasse em todas as novelas terem um casal gay, relações incestuosas, promiscuidade na juventude, incentivo ao aborto e tantas outras imoralidades. Por que não colocam os jovens que vivem a santidade, que lutam contra o pecado, que acorrem a Igreja, nas tribulações e encontram consolo, cristãos que lutam para seguirem o exemplo de Cristo e dos santos? Tudo isso para terem audiência, sem saber que a primeira audiência que ganham é a do demônio, que age por trás de todas essas coisas.

Estou cansado e desgostoso de ver essas perdas de valores nos vários âmbitos da sociedade. Não podemos desistir de lutar. Conclamemos a todos os cristãos para que levem ao mundo a verdade, sem temerem as perseguições e adversidades; que estejam em união com a Igreja e seus pastores, primeiramente com o Papa e o Colégio Apostólico e que confiem unicamente naquele que pode nos sustentar: Jesus Cristo. Que Maria santíssima, nosso pai são Bento, São Miguel Arcanjo e todos os santos venham em nosso auxílio e intercedam por nós.